Gilberto Freyre (1900-1987)

Antropólogo, sociólogo e escritor, Gilberto Freyre nasceu em Recife, Pernambuco, em 1900. Fez seus estudos universitários nos Estados Unidos, inicialmente na Universidade de Baylor e depois na Universidade de Columbia, onde defendeu, em 1922, a tese Social life in Brazil in the middle of 19th century (vida social no Brasil em meados do século XIX).
Foi o pioneiro da abordagem cultural no estado da formação da sociedade brasileira. Em 1933, publicou Casa-grande e senzala, primeira parte de uma obra que deveria se chamar Introdução à história da sociedade patriarcal no Brasil (as outras partes foram Sobrados e mocambos, de 1936, e Ordem e progresso, publicada em 1959).
Casa-grande e senzala é considerada sua obra máxima. Nela, renovou a teoria social, apresentando ideias que se contrapunham ao racismo então vigente, que atribuía o atraso da sociedade brasileira à presença de negros e índios e à sua mistura com europeus na formação de nosso povo, gerando o mestiço.
Freyre, ao contrário, atribuía a riqueza e a força cultural dos brasileiros justamente à mistura de etnias; ele valorizou o mestiço e a contribuição africana e indígena na formação da cultura brasileira. Além disso, foi o pioneiro na abordagem de alguns temas que, décadas mais tarde, teriam enorme popularidade na chamada "história das mentalidades" - a moda, os costumes, a vida íntima e sexual, a alimentação, a morte, etc.
Fundador do Instituto (atual Fundação) Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, com sede no Recife, Gilberto Freyre escreveu oitenta livros de estudos sociológicos e antropológicos, além de vários volumes de ficção e poesia.
Fonte: OLIVEIRA, Pérsio Santos, Introdução à Sociologia. Ed. Ática.

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