Florestan Fernandes (1920-1995)

De família humilde, Florestan Fernandes nasceu em São Paulo, em 22 de julho de 1920. Trabalhando de dia e estudando à noite desde muito cedo, fez o curso de madureza (uma espécie de supletivo) e a seguir estudou Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Universidade de São Paulo USP).
Lecionou na USP até 1969 - quando foi aposentado compulsoriamente pela ditadura militar -, formando várias gerações de cientistas sociais. Obrigado a sair do país por força das perseguições políticas que sofreu, foi professor em diversas Universidades estrangeiras. Em 1976, voltou a lecionar no Brasil, agora na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
è o fundador e principal representante da Sociologia Crítica no Brasil. Sua obra constitui uma profunda reflexão sobre as desigualdades sociais e sobre o papel da Sociologia diante dessa realidade. Assim, não apenas em seus livros, mas também em cursos, conferências e artigos na imprensa, ele procurou desenvolver e aprofundar a reflexão crítica sobre a realidade brasileira, com suas enormes desigualdades sociais, econômicas, políticas e culturais.
Como certamente diria Karl Mannheim, a própria história de vida de Florestan Fernandes explica essa posição crítica: "Eu nunca teria sido o sociólogo em que me converti - escreveu ele - sem o meu passado e sem a socialização pré e extraescolar que recebi, através das duras lições da vida. [...] Iniciei a minha aprendizagem 'sociológica' aos 6 anos, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana".
De sua imensa obra, destacam-se: A organização social dos Tupinambá (1949), Fundamentos empíricos da explicação sociológica (1959), A sociologia numa era de revolução social (1963), A integração do negro na sociedade de classes (1965) e A natureza sociológica da Sociologia (1980).
Nas eleições de 1986, Florestan Fernandes foi eleito deputado constituinte pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1990, foi reeleito deputado federal. Morreu em 1995, na cidade de São Paulo.
Fonte: OLIVEIRA, Pérsio Santos, Introdução à Sociologia. Ed. Ática.

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